constelações

Cães de caça

Informação, história, lendas

Constelação Cães de caça (Canes Venatici)

Localiza-se no hemisfério norte

Esta é uma constelação de pequena dimensão, com estrelas de pouco brilho, oculta ao sul do braço da Ursa Maior. Contém uma grande variedade de objetos celestes.

A sua origem apresenta contornos complexos, mas a constelação, é reconhecida como tendo sido concebida por Hevelius, o astrónomo polaco, em 1687.

Cães de caça
Fig. 1 - Constelação Cães de caça

Apesar das estrelas que a constituem serem já conhecidas pelos Gregos, eram vistas como um asterismo que fazia parte da figura da constelação do Boieiro, na forma de um bastão que era bramido pelo pastor. Assim, este asterismo não era visto como uma constelação independente, pelo que não existe qualquer lenda mitológica associada a ela.

Aparentemente, a palavra grega "bastão" acabou por aparecer mais tarde, por erros de tradução, como "cães".

Foi Hevelius que, tentando identificar estes cães que eram referidos na tradução para latim da versão árabe do Almagesto, de Ptolomeu, concluiu que seriam estas as estrelas que os representariam.

Tendo sido o primeiro a publicar num atlas celeste, rigoroso com o que observamos no céu, as figuras de dois Cães de Caça presos pelas trelas na mão do Boieiro, a Hevelius passou a ser reconhecida a autoria da moderna constelação de Canes Venatici. Os nomes próprios de cada um dos cães, Asterion e Chara, apesar de etimologicamente terem origens gregas, foram igualmente atribuídos por Hevelius - Asterion traduz-se por Pequena Estrela , enquanto Chara significa Alegria.

Na figura celeste moderna, a constelação representa os cães do Boieiro, que o ajudam a guardar e a conduzir as Ursas (Maior e Menor) à volta do Polo Norte Celeste. Enquanto as duas estrelas mais brilhantes de Canis Venatici representam Chara, Asterion é assinalado por um punhado de estrelas não muito óbvias, um pouco mais a Norte.

Estrelas e objetos do céu profundo

Cães de caça
Fig. 2 - Figura da constelação Cães de caça

O genitivo, usado para formar nomes de estrelas, é Canum Venaticorum.

M3 - Trata-se de uma jóia rara do céu do norte, um grupo globular que se encontra a meio caminho entre Cor Caroli e Arcturus. Está a 35 000 anos-luz de distância e tem duzentos anos-luz de largura. As suas estrelas são visíveis com um telescópio pequeno.

M51 - Representa duas galáxias em espiral, que se encontram em (NGC 5194 e NGC 5195). A galáxia maior (NGC 5194) é também conhecida como Galáxia do Redemoinho. Ambas são visíveis com telescópios modestos. Com um telescópio de 300 mm é possível ver a estrutura espiral.

M63 - Trata-se de uma galáxia espiral, também conhecida como Galáxia Girassol, que pode ser observada com telescópios pequenos.

NGC 4244 - É uma galáxia em espiral que se apresenta de perfil. Com uma magnitude de 10.2, a sua observação requer telescópios de abertura igual ou superior a 200 mm.

NGC 4449 - Esta é uma galáxia irregular de aspeto semelhante à Grande Nuvem de Magalhães. É difícil de se observar com telescópios de abertura inferior a 150 mm.

NGC 4631 - É uma galáxia em espiral também conhecida como Galáxia Baleia, com uma pequena galáxia satélite associada. Apresenta uma Magnitude de 9,8 , sendo a sua observação bastante difícil com telescópios de abertura inferior a 150 mm.

Cor Caroli - O coração de Carlos, Alpha Canum Venaticorum, crê-se que foi batizada por Edmund Halley em honra do seu mecenas Carlos II. É uma dupla larga que pode ser vista com um telescópio pequeno.

Y Canum Venaticorum - Foi chamada A Soberta por Secchi no século XIX, esta estrela de magnitude 5 é de um vermelho esplêndido.

Referências:

Observar o Céu - David Levy - editora atena

Wikipédia - Constelação

Wikipédia - Lista de constelações

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